domingo, 15 de março de 2009

Dom Marcel Léfébvre e seu "Catolicismo"

Acabei de ler o e-book Carta Aberta Aos Católicos Perplexos de Dom Marcel Léfébvre.Para quem é católico romano tradicionalista se trata de um livro desesperador, triste e que confessa abertamente já não haver Igreja Católica a não ser com a turma do bispo "rebelde".Dom Marcel fala e demonstra que a nova missa não passa de uma ceia protestante, sabemos que essa missa protestante é assistida por 99% dos católicos romanos, ou seja, praticamente todos os romanistas são protestantes sem o saber.Dom Marcel diz que a doutrina da Igreja de Sempre mudou, que os catecismos mudaram e também o Código de Direito Canônico, que os comunistas e maçons se infiltraram na Igreja (acho que nunca chegou ao conhecimento do beato bispo que o papa Pio IX foi franco-maçon). E quem deseja salvar a sua alma tem que assistir ao menos uma vez por mês a missa de S. Pio V. Dom Marcel questiona o sacramento da crisma administrado pelos bispos pós Vaticano II, se a crisma pode ser questionada porque não o batismo romano e todos os outros sacramentos? Dom Marcel confessa que re-crismava!!!! Também pôs em dúvida a validade da nova eucaristia, deixando a opção para o romanista pensar se aquele pão ázimo é ou não o Corpo de Cristo, também questionou a confissão, enfim todos os sacramentos.O supracitado bispo também afirmou que João Paulo II foi um escândalo para a Igreja, que a Igreja se nivelou as outras religiões. E que essa nova Igreja Conciliar já não é a Igreja Católica. Criticou a colegialidade episcopal, o abandono da sotaina e do latim como língua oficial da Igreja.É um livro que deixa o católico perplexo, cheio de dúvidas e angústias, um livro que pode fazer o romanista abandonar a fé. Para nós que somos cristãos ortodoxos, esse livro é um caminho para se chegar à ortodoxia, pois aquelas pessoas que amam as Sagradas Tradições sejam litúrgicas sejam doutrinárias correrão para a Igreja Ortodoxa.

Toda a crítica de Dom Marcel é uma confissão de fracasso da Antiga Igreja Romana, confissão, nas entrelinhas é claro, de que ela não é a verdadeira Igreja fundada por N.S.J.C., mas uma instituição humana e caduca.Para nós ortodoxos, o livro serve como lição, para mantermo-nos firmes na doutrina apostólica. É muito interessante quando ele aborda o tema batina e o desenvolve. Diz que a batina do padre é um sinal, como se o padre fosse uma espécie de "sacramento", isto é, sinal visível da Igreja. Ele diz que os bispos e padres romanistas abandonaram a sotaiana ao passo que os monges budistas usam suas vestimentas e não se envergonham dela, também os jovens hare-krishnas se vestem assim e não se envergonham. Ele afirmou que os bispos e padres tem vergonha de usarem essas vestes porque tem medo de serem tachados de antiquados.O aspecto da língua litúrgica é também muito interessante uma vez que Dom Marcel prova sua eficácia. E que a língua preserva o rito de uma linguagem vulgar. O latim dá uniformidade a Igreja, quer dizer que todos falam a mesma língua e o latim se impõe como obstáculo ao padre que costuma improvisar nas missas. Para nós ortodoxos, isso é muito importante e devemos manter o vernáculo longe de nós. O ideal é que cada fiel ortodoxo aprenda sua língua litúrgica: grega, russa, ucraniana, copta, armênia, siríaca, etc... Se nossos padres cantarem nossas missas no vernáculo, logo hão de querer improvisar e isso é sinal de que a liturgia está prestes à ser protestantizada e aí toda a riqueza vai por água abaixo. Os padres se o quiserem bem podem ensianr o povo ou ao menos as ordens menores a cantar na língua sasgrdas de suas respectivas igrejas.